"A melhor de todas as coisas é aprender. O dinheiro pode ser perdido ou roubado, a saúde e força podem falhar, mas o que você dedicou à sua mente é seu para sempre. ( Louis L.Amour )
Leitura: Mulian, o gavião

Há muitos e muitos anos, na primavera do universo, quando tudo o que existe na terra era jovem, duas irmãs caminhavam pelos campos cobertos de belíssimas flores.
Certa vez, ao anoitecer, uma das meninas abaixou-se para colher uma flor que chamou sua atenção por ser maior do que todas as outras. Ao observar as pétalas, viu estampada numa delas o rostinho de um bebê. A carinha era tão bonita que a menina arrancou um pedaço de casca de árvore e com ele fez uma caixinha, onde guardou a flor. Era como se a flor fosse seu grande tesouro e ela o quisesse protegê-lo. Pôs a caixa num galho de árvore e, todas as tardes, depois do passeio, ia visitá-la. E não contou o segredo para a irmã. Acontece que lentamente a flor foi se transformando num garotinho que, a cada dia, ficava mais forte e saudável.
O verão terminou. Com a chegada do outono, as noites começaram a esfriar e a criança, a enfraquecer. Seu rostinho afinou. A menina encontrou uma cobertura feita de pele de animal e agasalhou o bebê-flor.
Um dia ela contou a irmã sobre seu estranho filhinho. A irmã ficou muito feliz com a novidade. Juntas, cuidaram do garotinho com toda dedicação. Conforme ele foi crescendo, as duas o ensinaram a falar, cantar, caçar e alimentar-se.
Quando se tornou um jovem, o menino transformou-se em Mulian, o gavião, e partiu voando para os céus. Mas sempre regressava para visitar suas mães, as irmãs que o haviam colhido no campo florido.
Ao sentir que já estava velhinho, converteu-se numa estrela do céu para continuar a iluminar as crianças que, como suas duas mães-meninas, amam e protegem as flores da terra.
( Contos do Folclore Mundial, de Heloisa Prieto. São Paulo: Companhia das letrinhas, 1997)
Nenhum comentário:
Postar um comentário